Com a popularização do Yoga no Ocidente, surgiram algumas distorções que comprometem a sua verdadeira essência. Os dois perigos se destacam são a idolatração e o fundamentalismo, que podem ser extremamente problemáticos. 

A idolatração acontece quando a figura de um mestre ou instrutor se torna uma autoridade incontestável. Embora seja natural admirar quem nos guia, o verdadeiro mestre está dentro de nós.

Quando passamos a acreditar que a sabedoria reside apenas nas palavras ou nos ensinamentos de uma pessoa, deixamos de procurar as respostas dentro de nós. O processo de aprendizagem no Yoga deve ser um reflexo interno, um diálogo entre o praticante e a sua própria experiência, e não uma busca incessante por aprovação ou validação externa.

O culto à personalidade cria relações de poder desiguais e abre espaço para abusos. Há casos de manipulação psicológica e de comportamentos inapropriados por parte de professores de Yoga que não são só alarmantes, são crimes disfarçados. 

Infelizmente, existem muitos exemplos de abuso de poder neste meio. Felizmente, isso não é Yoga. 

Idolatrar mestres e professores representa um afastamento dos princípios mais profundos do Yoga. Quando colocamos alguém num pedestal, perdemos a autonomia e sacrificamos o desenvolvimento da prática e o crescimento pessoal.

O Yoga não deve ser visto como algo rígido ou exclusivo a único caminho. Acima de tudo, o Yoga é uma prática de autoconhecimento que exige espaço para questionar, refletir e evoluir. Os alunos devem sentir-se livres para adaptar a prática às suas necessidades físicas, emocionais e espirituais. 

A verdadeira essência do Yoga está em ouvir o próprio corpo e respeitar os seus limites, não em venerar gurus ou seguir dogmas cegamente. 

A idolatração não só distorce o propósito do Yoga, mas também enfraquece a confiança que devemos ter em nós mesmos e nas nossas próprias capacidades de transformação. 

A verdadeira prática de Yoga ensina a não procurar a perfeição ou a aceitação externa, mas a crescer através da autocompaixão, da autenticidade e da contínua descoberta do nosso próprio ser!